Friday, February 4, 2011

Que parva(o) que eu sou!




Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sunday, September 12, 2010

Oh, la Belgique - vue de loin

La Belgique a été un terre d’accueil pour moi, pendant 10 ans et 3 mois. Depuis autres 2 ans, je vis loin, et je vois ce pays de loin.

Vue d’ici, la Belgique est au bord de l'abyme. La fin de la Belgique n’est peut-être pas pour demain, mais les « problèmes communautaires » rendent l’existence de ce pays fédéral de moins en moins probable à moyen terme. La logique flamande a très peu de sens, elle me semble déplacée dans le temps, une logique du 19ème siècle, pas du 21ème. Entre temps, avec les partis nationalistes flamands à la tête de tout procès politique, le pays est bloqué. La fédération qui est la Belgique est bloquée. Comme le dit très bien Arno (vidéo en bas), « nous sommes (déjà) dans la merde ».

D’une façon un peu plus sobre (mais moins concise) que Arno, Patrick Roegiers disait, il y a quelques mois, à une chaine TV française : « La Belgique est un pays génial, bâtis sur la complémentarité [des] contraires : la culture flamande et la culture septentrional. [...] la Flandres se détache du pays d’où elle est née (…) sans remords. (…) ».

L’État fédéral belge sera bientôt réduit à rien - où alors très peu - peu plus une coquille vide. Si le roi abdique dans les temps les plus proches, ou est forcé à abdiquer pour des raisons de santé ou autres, ce sera la fin d’un pays utopique, donc peut-être la principale réussite ce sont ces 175 ans d’utopie communautaire. Un exemple pour une Europe qui se veut multiculturelle, multinationale. A analyser en détaille, dans le goal d’apprendre avec ses succès mais surtout avec son éventuel échec. La Catalogne, le pays Basque, l’Irlande du Nord, peuvent s’inspirer dans les nationalistes flamands pour leurs quête d’autonomies / d’indépendances respectives. Sans violences, mais aussi sans sens, dans une Europe sans frontières, où les états s’effacent, ou devraient s’effacer, face à la primauté de l’individu, et des valeurs universels et partagés.

L’éventuel indépendance de la Flandres sera une victoire de parochialisme contre l’universalité. Une victoire des identitaires contre la coexistence, la solidarité et la diversité. Un mur de plus entre des Hommes.

Sunday, May 23, 2010

Um futuro económico reservado aos porcos em sarilhos ?

Uma sugestão de leitura (Paul Krugman, prémio Nobel de economia).

E o resumo: os salários na periferia da Europa (leia-se Portugal também!) precisam de descer 20 a 30% em relação à Alemanha.

Quem preferir ler um comentário em português (com alguns erros), leia esta notícia do Jornal Público de hoje.


Eu discordo do Krugman quando ele volta à carga com a ideia de que o problema é o Euro. Em Portugal o problema é e foi toda a gestão política da adesão portuguesa ao euro, e antes e depois, a gestão do modelo económico português. O Euro trouxe vantagens enormes e sim, impõe limitações na maneira como algumas das desvantagens podem ser geridas. Mas qualquer pessoa inteligente as pode ver e antecipar. O erro político não é o euro, mas sim a insistência de manter em Portugal num modelo de baixas qualificações e salários, de que o ridículo comentário, feito na China, de que os nossos salários são baixos é talvez a pedra lapidar.

Trabalhar é preciso. Mais, mas sobretudo melhor, e não necessariamente barato. Fazer mais em menos tempo, e educar e qualificar, para que o país possa subir na cadeia de valor, ocupar nichos. E nem tudo vem do governo, muito vem de cada um...

Saturday, February 6, 2010

Porcos. Porcos em sarilhos.

Porcos, é como nos chamam cá fora.
PIGS = Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha. Porcos, conspurcados pela dívida. Do estado, das empresas e dos indivíduos. Bancarrota à espreita, na Grécia como em Portugal, FMI e/ou tutela apertada das contas públicas pela Europa.

O plano é inclinado... Saídas, poucas e duras. Controlar salários, diminuir pensões, aumentar impostos directos e indirectos, aumentar productividade, subir na cadeia de valor, acabar com desperdícios.

O caminho era mais do previsível. E como remédio, as finanças da república, cantaram o hino: contra a bancarrota, gastar, gastar!

Os governos da república, presentes e passados, são governo de ignorantes incompetentes, governos de irresponsáveis, ou governos de corruptos. Ou pior, os três ao mesmo tempo.

Infelizmente, não há hoje alternativa política credível. Talvez tenha que vir a tutela estrangeira.



P.S.- Quem pensa que isto não lhe chega ao bolso está profundamento enganado.